3 DISCUSSÃO/CONCLUSÃO

Cistite anfisematosa é uma infecção grave do trato urinário caracterizada pelo acúmulo de gases na parede da bexiga ou lúmen como resultado de fermentação fúngica ou bacteriana.3 Verificou-se que a Escherichia coli é o microorganismo mais prevalente seguido pela pneumonia por Klebsiella. Outros microrganismos produtores de gases incluem Enterococcus, Candida e Clostridium perfringens.2 O paciente relatou aqui uma cistite enfisematosa confirmada na tomografia computadorizada. Infelizmente ela já estava tomando antibióticos quando a cultura da urina e sensibilidade foi enviada como demonstrado nos resultados da urina com uma cultura negativa.

A maioria dos pacientes afetados são do sexo feminino, idosos e diabéticos com apresentação clínica variando de assintomática a sintomática e formas graves como peritonite ou choque séptico.2, 3 Quando sintomáticos, os pacientes podem relatar dor abdominal; freqüência de micção; disúria, pneumatúria e raramente enfisema subcutâneo.4-6 Nossa paciente era uma nondiabética do sexo feminino que não apresentava sintomas do trato urinário inferior. Entretanto, pacientes nondiabéticas também podem ser afetadas através de uma via patogênica diferente, como descrito abaixo.

As imagens radiográficas continuam sendo a única ferramenta de diagnóstico que pode demonstrar uma borda de lucidez gasosa delineando a parede da bexiga e/ou os níveis de fluido aéreo dentro da bexiga em radiografias abdominais simples. Entretanto, a tomografia computadorizada (TC) é mais precisa na detecção de casos não aparentes na radiografia simples, na definição da extensão e gravidade da doença, na diferenciação da cistite enfisematosa de outras condições como fístula colovesical, abcessos intra-abdominais e na avaliação do possível desenvolvimento de infecções ascendentes como a pielonefrite enfisematosa.3, 4

É importante lembrar que é uma doença potencialmente fatal devido à rápida progressão para necrose vesical, pielonefrite enfisematosa, urosepsis e morte. Portanto, uma avaliação rápida e um tratamento precoce são necessários.2

Cistite antifisematosa é tratada com antibióticos parenterais agressivos de amplo espectro até que as sensibilidades dos microrganismos isolados sejam conhecidas e mudadas para outras mais específicas; drenagem vesical com um cateter; controle glicêmico apertado e tratamento de qualquer distúrbio comorbitário subjacente.2-4 Se não há resposta ao tratamento conservador, o tratamento cirúrgico é necessário com opções que vão desde desbridamento, cistectomia parcial, cistectomia.2 Nosso paciente respondeu bem ao tratamento médico, como demonstrado pela melhora dos marcadores sépticos e resolução de tomografia computadorizada de características sugestivas de cistite enfisematosa e, portanto, não necessitou de qualquer intervenção cirúrgica.

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