What’s cooler than being cool? Brinicles.

Quando a água rica em sal vaza do gelo marinho, ela afunda no mar e pode ocasionalmente criar um estranho dedo de gelo chamado “brinicle”. Nova pesquisa explica como esses estranhos dedos de gelo se formam e como a água salgada dentro do gelo marinho pode ter sido um ambiente privilegiado no qual a vida pode ter evoluído.

O estudo, publicado na revista Langmuir da American Chemical Society, sugere que os briniclos se formam da mesma forma que os respiradouros hidrotermais, exceto ao contrário. Os respiradouros hidrotermais são torres de aspecto spiny-looking no fundo do oceano onde a água fervente, rica em químicos flui para fora do fundo do mar.

O processo de formação de briniclos é assim: Quando o gelo marinho congela no Ártico e na Antártida, o sal e outros íons na água são excluídos dos cristais de água, disse o autor do estudo Bruno Escribano, pesquisador do Centro Basco de Matemática Aplicada do País Basco, no norte da Espanha. Esta salmoura salgada acumula-se em fracturas e compartimentos dentro do gelo marinho.

Inevitavelmente, no entanto, o gelo do mar racha e a salmoura vaza. A própria salmoura é mais fria do que o ponto de congelação da água do mar, uma vez que a água rica em sal congela a temperaturas mais baixas (daí a razão pela qual as pessoas colocam sal nos passeios gelados no Inverno, permitindo que o gelo permaneça líquido quando está abaixo de zero), disse Escribano ao OurAmazingPlanet.

Desde que a concentração de água na salmoura é inferior à do oceano – e a água passa de altas para baixas concentrações, por osmose – a água é atraída para a salmoura. Mas a salmoura é tão fria que a água congela, formando um tubo descendente de gelo, disse Escribano.

Ventiladores hidrotermais formam por um método análogo: Água quente rica em iões é expelida do fundo do mar e depois começa a dissolver-se, formando uma casca porosa de metal que se estende para cima. A água entra apressadamente, passando de alta para baixa concentração, rompendo a membrana e fazendo brotar água mais rica em metais, estendendo o tubo e repetindo o processo.

Alguns exemplos de “jardins químicos”, um tipo de processo químico e o nome de uma experiência comum em conjuntos químicos que operam ao longo dos mesmos princípios e formam tubos de cristais que fazem formas semelhantes a plantas, disse Escribano.

Alguns compartimentos ricos em cristais dentro do gelo marinho têm algumas propriedades que poderiam ter ajudado a originar a vida, disse Escribano. “Dentro desses compartimentos dentro do gelo, você tem uma alta concentração de compostos químicos, e também tem lipídios, gorduras, que revestem o interior do compartimento”, disse ele. “Estes podem agir como uma membrana primitiva – uma das condições necessárias para a vida.” Eles também contêm uma mistura de componentes ácidos e básicos que poderiam fornecer energia necessária para formar moléculas mais complexas, talvez até mesmo DNA, disse ele.

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