A prevalência relativamente alta do diagnóstico de distúrbio dissociativo não especificado de outra forma é freqüentemente considerada desproporcional. Acredita-se que a taxa desproporcional desse diagnóstico esteja relacionada a questões nosológicas e/ou diagnósticas de distúrbio de identidade dissociativa. Procuramos investigar e comparar os padrões de sintomas destas duas entidades clínicas. Realizamos um estudo transversal envolvendo 1314 participantes que foram selecionados com a Escala de Experiência Dissociativa (DES) e o Questionário de Dissociação de Somatoforma (SDQ). Dos participantes, 272 que pontuaram acima dos pontos de corte para os questionários de triagem (escore DES>30 e/ou escore SDQ>40 pontos) foram convidados a completar uma entrevista estruturada utilizando a Escala de Entrevista de Distúrbios Dissociativos (DDIS); desta subamostra, apenas 190 participantes concordaram em participar da segunda fase do estudo. A pontuação média para o DES foi de 18,55±17,23, e a média para o SDQ foi de 30,19±13,32. Dos 190 participantes, 167 pacientes foram diagnosticados como portadores de distúrbio dissociativo (87,8%). Verificamos que o DD-NOS foi a categoria mais prevalente de distúrbio dissociativo. Houve um percentual significativamente maior de pacientes no grupo DID do que no grupo DD-NOS de acordo com as características secundárias dos sintomas DID e Schneiderian. As características secundárias dos sintomas DID e Schneiderian pareceram ser mais específicas para DID, enquanto não foram detectadas diferenças entre DID e DD-NOS com base na maioria dos itens do SCL 90R. Outros estudos longitudinais são necessários para determinar as características que são semelhantes e dissimilares entre o DD-NOS e o DID.

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