Objetivo: Revisar as características clínicas da síndrome do côndilo occipital.
Antecedentes: A síndrome do côndilo occipital consiste na dor unilateral da região occipital associada à paresia do 12º nervo craniano ipsilateral. É tipicamente devida a metástase na base do crânio e é subdiagnosticada.
Desenho: Relatamos uma série de casos retrospectivos de 11 pacientes (8 homens, 3 mulheres), com idades entre 32 e 72 anos.
Resultados: Foram identificados onze casos de síndrome do côndilo occipital. Todos os pacientes queixavam-se de dor grave na região occipital. Além disso, 2 pacientes queixaram-se de dor no ouvido ipsilateral ou mastoide, 2 notaram dor no vértice associado e 2 tiveram dor na região frontal. Seis dos 11 casos envolviam o lado direito. Em todos os pacientes, a dor occipital era ipsilateral à paresia do 12º nervo. Todos os pacientes eram levemente disartríticos e 3 tinham disfagia. Em 7 dos 11 pacientes, a dor na região occipital precedeu a paresia hipoglossal por vários dias a 10 semanas. Ao exame, a sensibilidade à palpação da região occipital foi notada em todos os pacientes. Todos os 11 pacientes apresentavam paresia hipoglossal unilateral. As radiografias cranianas eram anormais em 2 de 5 pacientes para os quais foram obtidas, e os tomogramas eram anormais em 1 de 2 pacientes. Tomografia computadorizada, escaneamento ósseo e ressonância magnética de alta qualidade foram anormais em todos os casos em que foram realizados. Nove pacientes apresentavam uma malignidade primária conhecida. As neoplasias malignas mais comuns eram o câncer de mama nas mulheres (2 de 3) e o câncer de próstata nos homens (4 de 8). Em 2 pacientes, a síndrome do côndilo occipital foi a manifestação inicial de uma lesão metastática. A radioterapia foi o tratamento de escolha para a dor da região occipital.
Conclusão: A síndrome do côndilo occipital é uma síndrome rara, mas estereotípica. A detecção precoce tem implicações terapêuticas importantes. A avaliação da junção craniovertebral com especial atenção aos côndilos occipitais deve ser uma parte rotineira de todos os exames radiológicos do cérebro e da coluna cervical, devendo ser considerada a possibilidade da síndrome do côndilo occipital, particularmente quando os pacientes apresentam dor occipital persistente e histórico de câncer.