Crédito: Universidade de Tóquio
Com a ajuda de câmeras de alta velocidade, scanners de CT e alguns suprimentos de arte de pregos, os cientistas no Japão conseguiram vislumbrar a forma elaborada que as joaninhas dobram as asas para afastá-las.
A investigação pode ter implicações em tudo, desde a aeronáutica até aos guarda-chuvas.
O estudo, publicado esta semana nos Anais da Academia Nacional de Ciências, explorou como as joaninhas podem ter asas fortes o suficiente para voar, mas rapidamente dobráveis para que possam ser escondidas do caminho.
As asas, afinal, são muito maiores que as caixas de asas com manchas pretas que dobram para caber dentro – como é imediatamente óbvio, é fácil ver se você apenas assistir a um vídeo do desdobramento das asas.
Mas os pesquisadores da Universidade de Tóquio explicam que ninguém sabia como as joaninhas colocavam as asas, já que elas realmente fecham as caixas de asas primeiro – depois puxam as asas para dentro. A interessante ação é escondida fora da vista.
Então eles substituíram aquelas distintas caixas vermelhas e pretas por caixas transparentes – construídas a partir de uma espécie de resina curada por raios ultravioleta que é frequentemente usada na arte das unhas, de acordo com um comunicado de imprensa da universidade. O estojo artificial da asa, chamado elytron, permitiu aos pesquisadores observar como a asa se dobrava.
Crédito: Universidade de Tokyo
“Eu não tinha certeza se a joaninha poderia dobrar suas asas com um elytron artificial feito de resina de unha-arte”, diz Kazuya Saito, professor da Universidade de Tokyo e o autor principal do estudo. “Então fiquei surpreso quando descobri que podia”
Os cientistas usaram câmeras de alta velocidade para gravar o processo, e tomografias computadorizadas de asas dobradas e desdobradas para ajudar a descobrir o padrão preciso das dobras.
O processo pelo qual as asas colapsam é semelhante ao origami – na verdade, os cientistas usaram papel origami para recriar partes das dobras das asas.
Os cientistas criaram um modelo de papel mostrando como uma parte da asa de uma joaninha se dobra quando a asa é escondida fora de uso. University of Tokyo/PNAS hide caption
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University of Tokyo/PNAS
Os cientistas criaram um modelo de papel mostrando como uma parte da asa de uma joaninha se dobra quando a asa é encolhida fora de uso.
Universidade de Tokyo/PNAS
E as asas permanecem estáveis quando expandidas, em parte por causa das veias que usam “molas de fita adesiva” – o tipo de curva que permite que a fita adesiva do carpinteiro se mantenha direita.
“A técnica das joaninhas para conseguir dobras complexas é bastante fascinante e inovadora, particularmente para pesquisadores nos campos da robótica, mecânica, aeroespacial e engenharia mecânica”, disse Saito, segundo o comunicado de imprensa da universidade.
No estudo, os cientistas sugerem algumas aplicações imediatas para a pesquisa – incluindo as asas de aviões, tecnologia espacial como antenas dobráveis e matrizes solares, e itens muito mais prosaicos como guarda-chuvas e ventiladores.