Foi há 35 anos atrás quando perdemos uma das vozes mais vitais do punk americano depois que Dennes Boon of Minutemen morreu num acidente de van na Interestadual 10 no deserto do Arizona.
D. Boon tinha apenas 27 anos quando morreu, mas a sua inteligência e perspectiva superaram a sua juventude. Os Minutemen, compostos por Boon nos vocais e guitarra principal, o poderoso Mike Watt no baixo e George Hurley na bateria, eram inerentemente uma banda política. Um voraz gormadizador da história, discos de polisci e George Carlin, as letras de Boon provaram ser uma folha perfeita para o híbrido de jazz, hardcore, country e pós-punk da banda, acumulando em grampos de fita de skate como “Bob Dylan Wrote Propaganda Songs” e “One Reporter’s Opinion”.
“Bem, como aquela coisa da natureza, você sabe, é mais humilde”, disse Watt ao The Creative Independent em agosto passado sobre manter o legado de seu melhor amigo de infância vivo e bem no século 21. “Vai juntar-se a D. Boon. Mesmo que você viva saudável, você só tem muito tempo. É bom que sejas sincero. Tens de fazer valer a pena, meu! Essa foi a lição mais difícil que aprendi de uma forma estranha, porque podes ficar um pouco cheio de ti. Tens de trabalhar nisso em muitos níveis. Quando começo a duvidar e tal, e tenho sorte de ter o impulso dos velhos tempos estando com ele, mas por outro lado, também sinto esta necessidade de lhe dar crédito. Sinto que o que você está vendo não é só eu. Percebes o que quero dizer? Simplesmente não é. Não é justo para a história toda. Quando penso nele, uma coisa é gratidão, claro, mas a outra é como: “Uau, não há muito tempo.””
Estava no 6º ano na semana de Natal em que perdemos Dennes Dale Boon, sem saber a gravidade pela qual perdemos um dos maiores guitarristas de rock da Califórnia. Engraçado, uma das primeiras bandas indie em que eu fui procurado pelos meus amigos Thrasher no 8º ano foi fIREHOSE, a banda Watt e Hurley se formaria com Ed fROMOHIO em 1986. Infelizmente, foi só no último ano que descobri o gênio dos The Minutemen, cuja música continua sendo um dos pontos vitais da minha dieta de audição aos 47 anos. Lembro-me de ter dublado Double Nickels On The Dime (o que acabei de saber foi um pisstake no “I Can’t Drive 55” de Sammy Hagar) da cópia em vinil do álbum do meu amigo numa cassete em branco da Sony (lembro-me disto porque eu era um leal fiel ao Maxell XL-II’s e permaneceu como um outlier na minha colecção de música em segunda mão).
D. Boon teria sido 62 se aquele acidente no deserto do Arizona nunca tivesse acontecido. É bastante doloroso especular quantas mais canções incríveis este tipo tinha nele para levar a cabo os seus 30, 40 e 50 anos. Aposto em minha casa que um álbum solo do Boon teria sido saudado como um clássico de todos os tempos, pois seu profundo amor pela música country certamente vem à tona neste universo alternativo.
Em homenagem à memória de Boon no rescaldo deste trágico aniversário, por favor confira alguns dos meus shows favoritos dos Minutemen no YouTube.