Amazing Engineering é uma introdução às Sete Maravilhas do Mundo Moderno, uma lista de maravilhas da engenharia moderna compilada pela Sociedade Americana de Engenheiros (ASCE):
- Ponte do Portão de Golden (São Francisco)
- Protecção do Mar do Norte dos Países Baixos (Holanda)
- Represa de Itaipu (Brasil/Paraguai)
- TorreCN (Toronto)
- Túnel do Canal (Inglaterra & França)
- Empire State Building (New York)
- Panama Canal (Panamá)
Na primeira parcela, aprendemos um pouco sobre a ponte Golden Gate em São Francisco, Califórnia. Na segunda parte, viajamos para fora dos Estados Unidos para o noroeste da Europa para aprender sobre as Obras de Proteção do Mar do Norte da Holanda. Desta vez, fomos à América do Sul para conhecer uma das mais poderosas represas do mundo.
Localizada no rio Paraná, entre o Brasil e o Paraguai, a represa de Itaipu (oficialmente conhecida como Itaipu Binacional) é uma das maiores hidroelétricas – em termos de geração anual de energia – do mundo. Sérias negociações políticas, deslocamentos residenciais, missões de resgate de vida selvagem e empreendimentos de construção em larga escala escrevem a história de como a usina de Itaipu se tornou a Maravilha que é hoje.
Nos anos 60, a população brasileira estava crescendo rapidamente. Com o crescimento populacional estimado, o governo percebeu que logo haveria uma crise energética no país se não fossem tomadas medidas drásticas. A solução mais econômica para este problema era a dureza energética dos abundantes recursos hídricos já disponíveis no país.
Os engenheiros viajaram por todo o Brasil para estudar a estabilidade estrutural dos potenciais locais das barragens. A localização perfeita para esse projeto foi uma localização no rio Paraná, o sétimo maior rio do mundo, que desce a fronteira entre o Brasil e o Paraguai. Entretanto, documentos vagos de propriedade de terra impossibilitaram a determinação exata da fronteira entre os dois países.
Brasil e Paraguai não puderam facilmente chegar a um acordo sobre a barragem. No século XIX, os dois países se enfrentaram numa guerra na qual o Paraguai perdeu metade de sua população e de seu território. Os altos funcionários dos dois países entraram em intensas negociações, resultando na “Ata de Iguaçu”, que por sua vez levou ao Tratado de Itaipu, permitindo que ambos os países utilizassem o rio Paraná para fins hidrelétricos.
Os acordos firmados entre Brasil e Paraguai desestabilizaram o governo da Argentina, que descansa ao sul. Os argentinos temiam a possibilidade de acesso restrito aos recursos proporcionados pelo rio Paraná. Um Acordo Tripartite acabou sendo alcançado, o que aliviou a tensão diplomática.
Uma das razões pelas quais esta região foi escolhida para o projeto da Barragem de Itaipu foi a baixa população da área. No entanto, ainda havia muitas pessoas que seriam deslocadas quando a barragem inundasse a área. O governo brasileiro enviou funcionários para cada casa das cerca de 10.000 famílias da área para fornecer estimativas de compensação monetária de deslocamento.
Paraguai tinha sua própria parcela de preocupações. Enquanto no Brasil a planície de inundação consistia principalmente de área agrícola, a terra paraguaia que inundaria era coberta principalmente por densa floresta tropical – casa para muitas espécies de animais. Um pequeno grupo, composto principalmente de voluntários, vasculhou a floresta tropical documentando todas as espécies com as quais se depararam. Eles então organizaram um empreendimento maciço de realocação do maior número possível de animais antes da conclusão do projeto da barragem. Mesmo enquanto as águas inundavam a área, os membros do grupo viajavam de barco para pegar e transportar o maior número possível de animais encalhados.
Por tudo isso, os trabalhadores da construção civil enfrentaram suas próprias provações. A fim de permitir que o leito do rio secasse para a correta construção da barragem, o rio Paraná foi redirecionado. O desvio tinha 2 km de comprimento, 150 metros de largura e 90 metros de profundidade. Na época, era o desvio mais maciço de que se tem notícia. Os trabalhadores movimentavam mais de 50 milhões de toneladas de terra e rocha!
As pontes e estradas existentes não estavam preparadas para carregar o peso abundante de alguns dos veículos das construções. Foram necessárias rotas alternativas para o transporte de materiais de construção importantes. A certa altura, uma parte da turbina levou 26 dias na estrada desde a fábrica até ao seu destino!
Como muitos projectos de engenharia, atrasos inesperados e outros eventos acontecem. Para saber mais sobre a fase de construção do projeto da Barragem de Itaipu, confira o link no final deste post.
Após mais de 50 mil horas de trabalho, a maior usina hidrelétrica do mundo estava concluída. Hoje, ela fornece 28% de toda a energia elétrica nas regiões sul, sudeste e centro-oeste do Brasil e 72% do consumo total de energia do Paraguai. Um recorde de produção foi atingido no ano 2000, quando a Itaipu gerou 93,4 bilhões de quilowatts/hora. Segundo a Itaipu Binacional, “quando comemorou 20 anos de operação, a usina já havia gerado eletricidade suficiente para abastecer o mundo por 36 dias”.”
Para saber mais sobre o projeto da Barragem da Itaipu, confira os links creditados abaixo (sites externos):
Represa de Itaipu – Canal Engenharia – YouTube
Itaipu Binacional – Página inicial
Universidade de Memphis – Engenharia Civil
Represa de Itaipu – Wikipedia
Imagens:
(“Itaipu 35556”. Licenciado sob CC BY 3.0 br via Wikimedia Commons.)
(“ItaipuAerea2AAL” por Angelo Leithold – Obra própria. Licenciado sob CC BY-SA 3.0 via Wikimedia Commons.)
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